Saudação (infeliz) usada por Pedro Bial ao se dirigir aos participantes do programa Big Brother Brasil:
Se alguém se encontrar com ele, pergunte-lhe, por favor, qual a definição de “herói” no dicionário dele…
No meu, Herói é uma coisa muito diferente…
Herói é a Dra. Vanessa Remy-Piccolo, jovem pediatra francesa de 28 anos de idade.
Ela que abriu mão do seu conforto para servir na África, como voluntária do programa Médicos sem Fronteiras.
Ela
que nos relata que cansou de atender crianças que com um ano de idade
pesavam em torno de 3,6 kg, que corresponde ao peso de um recém-nascido.
Herói
que relata que muitas mães chegam até ela dizendo que levaram os
alimentos doados para casa, mas que seus filhos parecem que
desaprenderam a se alimentar e se recusam a abrir a boca.
Herói
é Martial Ledecq, cirurgião voluntário do Médicos sem Fronteiras, que,
arriscando a própria vida, atende, em meio a bombardeios, os civis
feridos num Hospital de Tebnine, sul do Líbano, vítimas de uma recente
guerra que de tão nefasta não poupou nem os observadores da ONU, e nem
mesmo as equipes de ajuda humanitária internacional.
Herói, meu caro Pedro Bial, é
quem, nestes dias desleais em que vivemos, enxerga o sofrimento alheio,
e se prontifica a amenizá-lo no que estiver ao seu alcance.
Atendimento em clínica móvel, Muzafarabad, Paquistão.
Herói
são aqueles que abrem mão dos confortos pessoais em prol do coletivo,
aqueles plenos de uma vida na qual a paixão sobrepuja a omissão…
Campanha de vacinação para prevenção de meningite, em Gonder, Etiópia.
Herói é aquele que é solidário, que partilha dons e bens…
Voluntária do MSF, trabalhando por um mundo melhor, na Indonésia.
Mas há também muitos heróis que falam a nossa língua…
E não são as “celebridades” instantâneas do BBB. Embora estejam pertinho da “casa mais vigiada do Brasil”.
Heróis
como Jacinta, enfermeira do projeto Meio-fio, promovido pelo Médicos
sem Fronteiras no Rio de Janeiro, que examina mãe e filho, moradores de
rua.
Heróis
como a médica Renata, que visita aqueles que nem aos precários serviços
de saúde pública têm acesso, como este morador de rua, no Largo da
Carioca, centro do Rio de Janeiro.
Heróis como o educador Altayr, que partilha seus conhecimentos com uma moradora de rua no centro do Rio de Janeiro.
Heróis como a psicóloga Andréa, que, a exemplo da pediatra francesa, semeia saúde e esperança, por onde passa.
Heróis como a enfermeira Eriedna, que aqui atende o Sr. Nilton no núcleo de atendimento do Médicos sem Fronteiras.
Heróis como Sr. Nilton, que com o apoio recebido conseguiu encontrar um trabalho, e hoje não mais mora nas ruas.
Heróis como Sr. João, um dos moradores de rua atendidos pelo projeto Meio-fio, que relata:“De manhã eu começo a circular igual a um peru doido.
Eu só paro na hora do almoço e depois, à noite, pra dormir. Mas catar latinha não é fácil não.
Hoje em dia tem uma concorrência muito grande pelas ruas”.
Será
que o Sr. João resistiria à tentação de catar as latinhas e garrafas de
bebida vazias, com as quais a produção do BBB tenta a todo custo
embriagar os participantes do programa nas festas que promove?
Sr. João provavelmente juntaria as latas sim, escondidas num canto da casa, para quando a fama instantânea passar…
Quando um cara que já foi dos mais brilhantes repórteres
do país, vibra e discute os namoricos, as intrigas e as futilidades do
programa BBB como se fossem o assunto mais importante da atualidade, é
sinal de que algo está lamentavelmente errado…
É preciso acreditar que um outro mundo é possível.
E pequenos gestos poderão produzir mudanças significativas.
Um
ato simples, que certamente poderá resultar em benefícios concretos,
será o de iniciar uma campanha de conscientização para que ninguém mais
atenda aos apelos melodramáticos de Pedro Bial, e que, ao invés de efetuar ligações para o programa Big Brother, contribua para entidades que atuam em prol de causas sociais.
A
cada paredão, com milhões de ligações para o programa, os centavos e
centavos pagos formam rios de dinheiro, e engordam ainda mais as já
milionárias fortunas dos donos, diretores e apresentadores televisivos…
Se
você tem algum amigo, familiar ou conhecido que liga para o programa,
aconselhe-o, ao invés, a doar a quantia para algum programa humanitário.
Ao invés de ligar para o Big Brother Brasil, contribua com alguma instituição que realmente precisa de ajuda.
E não faltam entidades sérias que contam com o nosso apoio para prosseguir com suas nobres atividades.
Listagem de algumas outras entidades e projetos
Certamente existe alguma instituição de amparo aos necessitados atuando na tua cidade.
Os
recursos destas instituições provém, na sua maior parte, do apoio
voluntário, – material e humano -, necessitando, portanto, de nosso
auxílio e colaboração para que possam fazer diferença e recuperar o
valor da vida dos tantos destituídos, excluídos da sociedade.
Quem são os teus heróis?
Quem são as tuas heroínas?
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