Não tenho nenhuma vaidade de querer ser criativo; desejo muito mais que o APENAS seja eficiente
naquilo a que se presta: alcançar corações e levar pessoas a pensar de
forma crítica e construtiva nas questões ligadas à fé – para, assim, se
aproximar de Deus. Por isso, hoje decidi postar uma reflexão que, embora
o texto seja escrito por mim, o conteúdo não é de minha autoria. Quero
compartilhar a pregação que meu pastor fez domingo passado em nossa
igreja. Foi uma mensagem profunda e bíblica, dura e reconfortante. Pode
falar ao teu coração, como falou ao meu. Tenho o hábito de fazer
anotações dos pontos principais dos sermões que ouço para posterior
meditação, portanto o que você lerá a seguir é um resumo da mensagem
trazida para a igreja por meu pastor. Praticamente todas as frases
transcritas aqui são, ao pé da letra, o que ele pregou. O tema: perdão.
O texto base é Mateus 8, a partir do versículo 23. É a parábola de Jesus em que Ele compara o reino dos céus com um rei que
resolveu ajustar contas com os seus servos. Chega um que lhe deve dez
mil talentos, mas não tem como pagar. Seu senhor manda, então, que ele,
toda sua família e seus bens sejam vendidos como pagamento da dívida.
Desesperado, o servo prostra-se e pede paciência, perdão e misericórdia.
Diz a Bíblia: “O senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida”.
Só que o mesmo servo logo depois
encontra um conhecido que lhe devia uma quantia, o agride e exige que
lhe pague. O conservo devedor humilha-se e implora, pedindo paciência e
perdão. Em vez disso, o homem que havia sido perdoado pelo rei o lança
na prisão. Ao tomar conhecimento do ocorrido, o monarca manda chamar o
homem, lhe recorda do perdão que tinha recebido e o entrega aos
carrascos, para que o torturem até que pague toda a dívida. E Jesus
conclui: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”. Segue a síntese da pregação:
“Essa
passagem deixa claro que perdoar é o único caminho para se ter saúde
espiritual. Quem não perdoa vive uma vida espiritual pobre e moribunda.
Quem não perdoa está morto diante de Deus em seu coração. É como um sino
que ressoa (1 Co 13.1): algo que faz barulho, tem aparência e volume…
mas não tem vida própria. Pior: quem não perdoa não será reconhecido por
Jesus no último dia, pois não está pondo em prática um dos fundamentos
da fé cristã: a certeza de que o bem que quero que me façam devo fazer
ao outro. Se você gosta de ser perdoado, perdoe, para que haja saúde e
sua vida espiritual não se perca.
Para perdoarmos biblicamente, é importante sabermos o que significa exatamente perdoar. Romanos 12.17 nos dá a resposta:
“Não retribuam a ninguém mal por mal.
Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível
para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas
deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança; eu
retribuirei’, diz o Senhor. Pelo contrário: ‘Se o seu inimigo tiver
fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso,
você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele’. Não se deixem vencer
pelo mal, mas vençam o mal com o bem”.
Não devolver mal com mal. Vencer o mal
com o bem. Eis a resposta. Pois vingar-se significa vencer alguém mas
deixar Satanás vencer você.
O grande engano dos cristãos é achar que
perdão é algo emocional. Não é. Não tem a ver com “sentir” algo, mas
com “fazer” algo. O perdão está relacionado a atos e atitudes. É ação. É
agir como se o pecado nunca tivesse existido. As emoções, de acordo com
a Bíblia e o Evangelho, estão sujeitas à razão. Assim, perdoar é um ato
de sã consciência, é saber o que Deus quer. Se eu não perdoo,
simplesmente isso mostra que não sou alimentado pela graça de Deus.
Então, o perdão ocorre em duas etapas: Primeiro se perdoa racionalmente (sabendo
que aquilo é necessário, que é a vontade de Deus). É uma decisão
mental, racional. O segundo passo são as ações. É não se alegrar com o
mal que quem lhe ofendeu sofre. É orar pedindo que Deus ajude a pessoa
que lhe ofendeu e que está em dificuldades. Mais ainda: é procurar quem
lhe ofendeu e se oferecer para ajudá-lo no que ele precisa, com obras da
graça e da bondade de Deus. E, por fim, é não causar danos ou perdas a
quem lhe ofendeu.
É ao fazermos – ou não – tudo isso que
demostramos quem de fato somos. Se pensamos em nós e em cumprir o que
nossa justiça manda mais do que pensamos em Deus e na justiça dele,
simplesmente estamos pecando. Pois nada é imperdoável quando contamos
com a ajuda de Deus, nenhuma ofensa que nos fizeram é imperdoável. Tudo
pode ser zerado.
A
pessoa que não perdoa em forma de atitudes tem cheiro de diabo. Satanás
nunca estende a mão a ninguém e quem se recusa a estender a mão está
agindo como o diabo e, logo, é servo dele. Temos sempre que lembrar: não
perdoar só satisfaz e alegra… o diabo.
Se dizemos que perdoamos nossos
ofensores mas não retomamos a vida como tudo seguia antes da ofensa… na
verdade não perdoamos. Pois isso mostra que ainda guardamos rancores,
ressentimentos, medos, mágoas ou sentimento do gênero. É perdoar de boca
mas não por obras. E a fé sem obras é morta. Fé sem perdão expresso em
atitudes em prol de quem nos ofendeu não é fé cristã.
Não adianta eu saber orar se eu não
souber perdoar. Minha oração não será respondida (Mt 6.14,15). Pois, se
estou em litígio com Deus ao não perdoar meu próximo, o que posso
esperar do Senhor? Nada.
A natureza desse assunto é grave. Pois
Deus é perdoador. E, se eu não perdoo, não estou identificado com Deus.
Não ando com Deus se não perdoo como Ele perdoa. E o perdão de Deus é
absoluto, é uma quitação total da dívida e não parcial. O perdão
verdadeiro nunca põe seus próprios interesses acima dos daquele que
precisa de perdão (1 Co 13).
E para que perdoamos? Primeiro, para ter paz com os outros. Segundo, para ter paz com Deus (Mt 6.15).
A
renovação da mente de Romanos 12.2 passa por demonstrar perdão. Pois só
tem a mente de Cristo quem perdoa, esquece das ofensas e retoma a vida a
partir do ponto onde ocorreu a ofensa. Quem não o faz não perdoou, não
teve a mente renovada e não age conforme a natureza de Cristo. É um
cristão que não age como Cristo. Que Deus nos ensine a perdoar e a
praticar o perdão. Em cada situação e a cada dia. Que Deus cure quem não
perdoa. Pois a falta de perdão é uma grave doença espiritual. Quem
nasceu de novo tem obrigação de perdoar.
Que Deus nos perdoe da nossa demora em
fazer o que Ele quer. Que Deus nos perdoe por não perdoar. Podemos
encontrar mil desculpas para não perdoar, mas não perdoar aos olhos de
Deus… não tem desculpa”.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Nenhum comentário:
Postar um comentário