Alguns meses atrás, eu conversava com um colega de consultório,
pastor e psicólogo cristão experiente, a respeito de um caso que eu
estava atendendo de uma jovem com mais de 35 anos e solteira. Ela
compartilhava de casos similares e da necessidade das igrejas terem
maior conhecimento a respeito de pessoas com este perfil, a fim de
elaborarem programas adequados às mesmas.
Daí surgiu a ideia de realizarmos uma pesquisa entre pessoas sós, com
mais de 30 anos, a fim de conhecermos melhor as suas necessidades e
aspirações e oferecermos às igrejas dados significativos para dar
subsídios aos pastores em seu trato com este significativo grupo de
ovelhas, muitas vezes dispersas do rebanho.
Enviamos mais de 400 formulários de pesquisa e recebemos um retorno
de 80% dos mesmos – o que foi para nós o primeiro fato surpreendente e
significativo, denotando o grau de responsabilidades destas pessoas. A
pesquisa foi feita entre solteiros(as), viúvos(as), descasados(as), de
ambos os sexos, de todas as classes sociais e com idade superior a 30
anos (participantes do Primeiro Congresso Nacional realizado pelo
Ministério APOIO em 1996). As questões básicas que a pesquisa continha,
abordavam os seguintes temas:
- Os sentimentos vinculados ao estar só no momento.
- As eventuais mudanças que gerariam um casamento.
- As dificuldades encontradas pelo fato de ser cristão.
- Atividades que gostaria que fossem desenvolvidas para pessoas sós.
- A questão da mediação de uma agência matrimonial.
- As eventuais mudanças que gerariam um casamento.
- As dificuldades encontradas pelo fato de ser cristão.
- Atividades que gostaria que fossem desenvolvidas para pessoas sós.
- A questão da mediação de uma agência matrimonial.
Os dados mais significativos obtidos a partir destas questões, foram o
saber que simplesmente 100% dos homens responderam que desejam casar,
enquanto entre as mulheres, 4,5% não querem definitivamente nenhum
compromisso conjugal e 23% estão indecisas se o desejam. Outro dado
significativo foi a constatação de que 67% dos entrevistados acredita
que o fato de serem cristãos, dificulta a escolha de uma pessoa para
manter um relacionamento com vistas ao casamento, enquanto 16% crêem que
isto não faz a menor diferença e, 17% acham que ser cristão facilita a
coisa na hora de encontrar um cônjuge.
A grande maioria dos homens, 97%, não confiaria, ou teria sérias
reservas em procurar uma agência matrimonial para estabelecer um
compromisso – embora, como citado acima, todos queiram casar. Esse dado
denota bem a cultura latina em que estamos inseridos, onde o homem deve
sempre exercer o papel de conquistador. As mulheres, por sua vez, são
mais flexíveis, embora mais de 55% responderam que não confiariam em uma
agência para intermediar o processo de escolha do cônjuge. A grande
maioria (70%) indicou a integração em um grupo de pessoas sós como
melhor alternativa para uma pessoas que deseja casar, e a proposta de
realização de encontros e retiros para pessoas sós abordando temas
específicos de sua realidade e outros assuntos de tema geral, teve
indicações de 49% dos entrevistados.
Quando questionamos sobre os principais sentimentos que estão ligados
ao fato das pessoas estarem sós, a grande maioria (53%) respondeu que
há uma sensação de mais tempo livre, sendo este o aspecto positivo mais
marcante ligado ao estar só. Como aspecto negativo, o sentimento mais
apontado (44%) foi a solidão. Ou seja, as pessoas tem mais tempo livre,
mas não usam esse tempo com outras pessoas – provavelmente por não terem
atividades atrativas que as motivem para tal. Cremos que há dados muito
significativos do perfil da pessoa solteira (não casada, incluindo os
viúvos e descasados) que são desconhecidos da maioria dos pastores e
líderes cristãos em nosso país e, muitas vezes peca-se por falta de
conhecimento. Peca-se em não atender às necessidades integrais deste
grupo ou mesmo marginalizá-los no contexto geral da igreja.
Naturalmente, não podemos aqui relatar todos os dados da pesquisa,
pela limitação de espaço, mas, queremos informar às pessoas
interessadas, especialmente pastores e líderes de ministérios com
pessoas sós, que temos dados detalhados, com divisão por sexo, faixas
etárias, grau de escolaridade e faixas de renda.
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